Nativa Idade - Auto de Natal da Tribal estreia em Rio Dourado

A estreia do espetáculo Nativa Idade, o auto de natal da Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade (Tribal) foi emocionante. Com o palco sobre rodas montado na praça de Rio Dourado, distrito de Casimiro de Abreu, a população local contemplou uma atividade cultural até então inédita. Segundo a presidenta da Fundação Cultural de Casimiro de Abreu, Cáudia Rejane: "É a primeira vez que um evento cultural consegue atrair tantas pessoas para a praça. A apresentação emocionou à todos".

O espetáculo, que possui 1h30 de duração,  conta alegoricamente a história do nascimento do menino Jesus, a partir de um casal – onde José e Maria (grávida), vindos de um roçado de cana procuram melhorar de vida em uma cidade de médio porte, até nascer sua criança. O espetáculo musicado utiliza diversas manifestações culturais da música e dança popular brasileira.

Patrocinado pela Fundação de Cultura de Casimiro de Abreu, o espetáculo também se apresentará nos dias 21 e 22, em Casimiro de Abreu. No dia 23 se apresentará em Cabo Frio, em caráter espontâneo, e em Búzios, no mesmo dia, em parceria com a Prefeitura de Búzios

Ficha Técnica:

Texto: João Siqueira
Direção Geral: José Facury Heluy
Elenco: Christianne Rothier, Fernando Chagas, Jiddu Saldanha, Wilson Miranda, Leticia Marques, Ravi Arrabal, Tania Arrabal, Sá Soraya, Tatiana Prota e Viviane Antunes.
Músicas: Ivan Tavares e José Facury Heluy
Direção Musical: Ivan Tavares
Coreografia: Tatiana Prota e Jiddu Saldanha
Cenografia: José Facury Heluy e Flávio Petinichi
Imagens: Flávio Petinichi e André Amaral
Sonoplastia e luz: Adriano Chagas e André Amaral
Contra regra: Raquel
Figurinos e adereços: Tania Arrabal
Produção: Associação Cultural Tributo à Artes e à Liberdade (TRIBAL)
















Nativa Idade - Auto de Natal da Tribal

Tribal apresentará Auto de Natal em Casimiro de Abreu, Búzios e Cabo Frio

NATIVA IDADE

A Associação Cultural Tributo à Arte e Liberdade (Tribal) promove a primeira montagem teatral do Núcleo de Artes Cênicas da entidade. Utilizando da obra prima do escritor e diretor teatral João Siqueira, originalmente intitulado como "Terra, Trabalho e Liberdade", o diretor José Facury adaptou o texto, inserindo elementos do contexto atual. Contando com atores, atrizes e bailarinas (todos associados da entidade, com exceção da atriz convidada Viviane Medina), o espetáculo será apresentado gratuitamente em praças de Casimiro de Abreu, oferecido pela Fundação de Cultura de Casimiro de Abreu, e em Cabo Frio, apresentado em caráter espontâneo pela Tribal, e em Búzios, em parceria com a Prefeitura de Búzios.




Tempo de espetáculo: 60 minutos

Ficha Técnica:

Texto: João Siqueira
Atores, atrizes e bailarinas: Christianne Rothier, Fernando Chagas, Jiddu Saldanha, Wilson Miranda, Leticia Marques, Ravi Arrabal, Tania Arrabal, Soraya Sá, Tatiana Prota e Viviane Medina.
Músicas: Ivan Tavares e José Facury Heluy
Direção Musical: Ivan Tavares
Coreografia: Tatiana Prota e Jiddu Saldanha
Cenografia: José Facury Heluy e Flávio Petinichi
Imagens: Flávio Petinichi e André Amaral
Sonoplastia e luz: Adriano Chagas
Contra regra: Raquel
Figurinos e adereços:Tania Arrabal
Direção Geral: José Facury Heluy

Produção: Associação Cultural Tributo à Artes e à Liberdade (TRIBAL)

Apresentações em dezembro:

Casimiro de Abreu
Praça Barra de São João, dia 17 às 21 horas
Praça da estação em Rio Dourado, dia 18 às 20 horas
Praça principal de Professor Souza, dia 21 às 20 horas
Praça Central de Casemiro de Abreu, dia 22 às 20 horas
Búzios
Praça Santos Dumont, dia 23, às 17h30
Cabo Frio
Praça São Benedito, na Passagem, dia 23 às 21 horas

Tribal receberá Medalha Tiradentes, concedida pela Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ)

Amanhã (Quinta-feira), às 20h, no Tamoyo Esporte Clube, a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) irá condecorar a TRIBAL com a Medalha Tiradentes, a mais alta condecoração da casa.

Serão homenageados também o Grupo Creche na Coxia, o Cabo Frio Convention and Visitors Bureau, o poeta José Casimiro dos Santos (pós morte), o escritor Célio Mendes Guimarães, o presidente da Associação de Aposentados e Pensionistas de Cabo Frio Luiz Diniz da Silva, a Igreja Metodista Central pela passagem do centenário, o fotógrafo Wolney Teixeira (pós morte), o cardiologista Renato Figueiredo, o promotor de Justiça Sebastião Fador Sampaio e a professora Yone Nogueira.

Agradecemos ao Deputado Estadual Jânio Mendes (PDT) pela homenagem e reconhecimento!

Tribal Sobre Rodas da Animação - Praça da Boca do Mato - Porto do Carro - Cabo Frio



TRIBAL SOBRE RODAS DA ANIMAÇÃO
A Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade (TRIBAL) com os seus oito anos ininterruptos de intensas atividades artísticas que lhe conferiu ser um Ponto de Cultura  e o Cine Mais Cultura patrocinados pela Secretaria de Cultura do Estado e o Ministério da Cultura realiza o seu evento mais importante, que é levar artes para as comunidades mais afastadas da Região dos Lagos.
A ocupação artística destes lugares é feita com a parceria da Prefeitura das cidades e consiste em um circuito de apresentações artísticas em um palco sobre rodas que se desdobra em vários ambientes cênicos, equipado com infraestrutura técnica - com a possibilidade de percorrer as principais praças e logradouros de Cabo Frio, São Pedro, Arraial do Cabo e Búzios.
Após já ter feito no mês de setembro o lançamento do projeto nas praças principais das cidades receptoras. Desde o mês de outubro que a ação se estendeu aos bairros populares iniciando por Cabo Frio com comunidades apontadas pela parceria com a Secretaria de Educação, a Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal e as entidades organizadas destes bairros. A ação se completará em cada localidade também com oficinas de formas animadas que serão ministradas aos alunos e professores das escolas das áreas apontadas pelas parcerias.
E aguardem para dezembro, comemorando os 8 (oito) anos de atividades artísticas o AUTO DE NATAL de João Siqueira, um presente natalino para o povo cabofriense em parques e praças da cidade.

Apresentação na Praça da Boca do Mato (Cabo Frio)
Dia 11/11 (sexta) às 18 horas

Oficinas de bonecos
Início dia 18/11 a partir das 9 horas na E.M. Aquiles Barreto

 Programação

Contos pra te Atar
Histórias de Rubem Braga e contadas com formas animadas interpretadas pela atriz Tânia Arrabal
Bailarina Boneca
Número de dança contemporânea com a bailarina Tatiana Prota
O Kappa Que Queria Ser Gente
História de um monstro que não se contentava em ser o que era. Pantomima e contação de história interpretada pelo ator Jiddu Saldanha e o músico Fernando Chagas ao violão
Quem Canta e Conta Encanta
Show de variedades com marionetes de fio interpretando vários personagens pitorescos da cidade com o Grupo Sorriso Feliz do mestre Clarêncio Rodrigues
Cine Galerinha
Mostra de seis curtas de animação com curadoria do artista plástico e fotografo Flávio Pettinichi
Roda de Danças Populares
Roda participativa que tem o objetivo de congregar o público e os artistas da Tribal através do bumba meu boi, o cacuriá, o jongo e a ciranda com coordenação da animadora cultural Sá Soraia.


Coordenador do Tribal Sobre Rodas da Animação:
Fernando Chagas  tel 92395521
Consultor do Projeto:
José Facury Heluy -  tel 92246228

Sucesso no Jardim Esperança (Imagens André Amaral)









Como não havia deixar de ser diferente no Jardim Esperança com uma ventania vinda do leste ninguém arredou o pé e a Tribal mais uma vez brilhou com o seu ponto de cultura que segue itinerando por aí. Aguardem agoras as oficinas de bonecos para o pessoal do bairro visitado.

CINE + TRIBAL - Sessão Brasil Indígena


" BRASIL INDÍGENA"  
Seleção de 4 curtas-metragens  da Programadora Brasil

Quatro visões particulares sobre o índio, dos anos 1960 até a virada do milênio. Ãgtux traz, com um olhar sensível, as questões de terra que envolvem a nação Maxacali, de Minas Gerais. Jornada Kamayurá narra com delicadeza um dia na pequena nação de mesmo nome. Bubula, o cara vermelha retrata Jesco von Puttkamer, cinegrafista das expedições dos irmãos Villas Bôas, com impressionantes registros de primeiros contatos com tribos indígenas. E Mato eles?, filme seminal de Sérgio Bianchi, revela sua ironia ácida e provocativa ao investigar as últimas etnias existentes no Paraná no final da década de 1970. 

Ãgtux de Tania Anaya, 2005, Experimental, Colorido, 22 min.
Bubula, o cara vermelha de Luiz Eduardo Jorge, 1999, Documentário, Colorido/PB, 29 min.
Jornada Kamayurá de Heinz Forthmann, 1966, Documentário, Colorido, 12 min.
Mato eles? de Sergio Bianchi, 1983, Documentário, Colorido, 34 min.

CINE + TRIBAL - A Falta Que Me Faz, de Marília Rocha

Por conta dos problemas técnicos da última sessão, o próximo Cine + Tribal exibirá o longa metragem "A falta que me faz", de Marília Rocha!


Direção: Marília Rocha
Diretora Assistente: Clarissa Campolina
Produção: Luana Melgaço
Produtor Associado: Helvécio Marins Jr., Felipe Duarte
Fotografia: Alexandre Baxter, Ivo Lopes Araújo
Montagem: Francisco Moreira, Marília Rocha
Desenho de som: O Grivo
Trilha sonora: Arthur H.
Design Gráfico: Marilá Dardot
Site: Fred Paulino
Coordenação de Distribuição: Felipe Duarte
Distribuição: Cia do Filme, Teia | Lume Filmes (DVD)

Durante um inverno, rodeadas pela Serra do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da juventude. Um romantismo impossível deixa marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. Em meio a conversas, obrigações e prazeres cotidianos, cada uma delas encontra uma maneira particular de contornar a solidão e enfrentar as incertezas de um futuro próximo.

CINE + TRIBAL - A falta que me faz, de Marília Rocha

Direção: Marília Rocha
Diretora Assistente: Clarissa Campolina
Produção: Luana Melgaço
Produtor Associado: Helvécio Marins Jr., Felipe Duarte
Fotografia: Alexandre Baxter, Ivo Lopes Araújo
Montagem: Francisco Moreira, Marília Rocha
Desenho de som: O Grivo
Trilha sonora: Arthur H.
Design Gráfico: Marilá Dardot
Site: Fred Paulino
Coordenação de Distribuição: Felipe Duarte 
Distribuição: Cia do Filme, Teia | Lume Filmes (DVD)

Durante um inverno, rodeadas pela Serra do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da juventude. Um romantismo impossível deixa marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. Em meio a conversas, obrigações e prazeres cotidianos, cada uma delas encontra uma maneira particular de contornar a solidão e enfrentar as incertezas de um futuro próximo.

CINE + TRIBAL - Acácio, de Marília Rocha


Acácio
Gênero: Documentário
País de origem: Brasil
Ano de lançamento: 2008
Tempo de duração: 80 minutos
Direção: Marília Rocha

No filme Acácio, o etnólogo português Acácio Videira passou 30 anos na Angola e, depois desse tempo, mudou-se para o Brasil com sua esposa. Explorando a bagagem de Acácio, o filme mostra a relação deste casal ao mesmo tempo que redescobre a política e a história que relacionam Brasil, Angola e Portugal

"MINHA FAVELA QUERIDA: A PERMANÊNCIA DA ALEGRIA E ENCANTAMENTO EM UMA MOCINHA COM MAIS DE VINTE ANOS DE PALCO" por Alexandre Mate




"Minha embaixada chegou/ Deixa o meu povo passar/ Meu povo pede licença/ pra na batucada desacatar./ Vem vadiar no meu cordão/ Cai na folia meu amor/ Vem esquecer tua tristeza/ Mentindo a natureza/ Sorrindo a tua dor/ Usei o nome da favela/ Na luxuosa academia/ Mas a favela pro doutô/ É morada de malandro/ e não tem nenhum valor. / Não tem doutores na favela/ Mas na favela tem doutores/ O professor se chama bamba/ Medicina na macumba/ Cirurgia lá é bamba./ Minha embaixada chegou."
Assis Valente

Assisti, pela primeira vez, ao espetáculo Minha Favela Querida, no Festival Nacional de Teatro de Vitória (Espírito Santo), em 1993. Do mesmo modo como naquela ocasião, a obra, novamente, arrebatou-me. Puro encantamento; tanto naquele momento como agora, o sentimento de estar indo ao encontro de algo de que faço parte, de algo me que concerne como sujeito histórico-cultural, enraizado em algum e determinado lugar: sensação de pertencimento.

O Brasil é um país de muita gente bamba, e o genial Assis Valente (1909/1911?-1958), deixou isso manifestado em inúmeras obras geniais. Hoje, poucos o conhecem, sabem quem ele foi, entretanto, suas obras, de uma forma ou de outra, fazem parte dos modos de ser de milhões de brasileiros.

O Grupo Sorriso Feliz, de Cabo Frio (RJ), por intermédio de Minha Favela Querida, representa a “Embaixada” de que fala Assis Valente, cuja parte da letra foi aqui apresentada. Na condição de uma espécie de nau (terrestre), o espetáculo navega por entre as vagas de uma favela, inspirada em milhares, ou quiçá milhões delas existentes pelo país. O espetáculo promove aquilo que os gregos chamam de metaphorai, ou, em português: metáfora; isto é, sem sair da poltrona, se nos deixamos levar pela beleza, somos conduzidos, sem sair do lugar, a uma paisagem que encanta e que remete à tristeza de – agora, sim, com certeza – ao espaço de milhões de brasileiros.

Evidentemente, o predomínio do ritmo do samba não nos afasta (e lá estão os ratos, os assassinados, o cão sem dono, o menino eletrocutado, a infância em processo de droga, a repressão policial, as milícias...) da realidade social. A obra não levanta bandeiras, mas, de acordo com seus recursos singulares (o teatro de bonecos), nos encanta e nos confronta com a realidade social: sem proselitismos, tem-se em Minha Favela Querida um exemplo de uma obra que se caracteriza como um experimento estético-social. O melhor, se se puder pensar assim, para adultos e crianças.

A direção do espetáculo é de José Facury, que participou de experiências estéticas no teatro brasileiro surpreendentes, dentre elas, pode ser destacada a respeitadíssima Tempo de Espera, dirigida por Aldo Leite. O roteiro de Minha Favela Querida é de Clarêncio Rodrigues, que segue “direitinho” a estrutura do velho e bom teatro de revista brasileiro, também desconhecido da totalidade das pessoas, incluindo aí também os artistas de teatro. Na estrutura criada por Clarêncio Rodrigues, desfilam os mais diversos tipos do morro, com grande ênfase àqueles egressos da vida musical carioca (lembrando outro grande poeta: “Quem não gosta de samba/ Bom sujeito não é/ É ruim da cabeça/ ou doente do pé).

O espetáculo não tem, do ponto de vista clássico (e também considerando o teatro de revista) um enredo, a não ser a volta da cabrocha para os braços de seu amor (isso se resolve em dois quadros). Entretanto, ele começa a ser apresentado (na condição do antigo compère (compadre em francês), se consegui entender, por Zé Cavaquinho, que é diretor de Harmonia do Unidos da Vila do Sossego. Logo após a apresentação do Mestre, o prólogo de entrada é desenvolvido com ritmistas, passistas, mestre sala e porta bandeira da escola. Depois dessa abertura tradicional, a obra dará passagem ou colocará em revista os tipos mais comuns daquela sociedade (espécie de microcosmo do existente no mundo): a personagem que mais vezes cruza a cena é um trabalhador. Este, leva uma escada em uma das mãos; e, na outra, apetrechos de trabalho; tal recurso busca quebrar o senso comum segundo o qual carioca não trabalha. 


Além do trabalhador, desfilam, nas mais diversas situações, sempre premidos pela dialética entre a violência do contexto e a alegria do viver, em vários quadros rápidos: as crianças desamparadas, entretanto, felizes por conseguirem brincar em espaço tão adverso à infância; os pastores que prometem a redenção em um outro reino, o fanático por futebol (flamenguista, cuja identificação carioca, ligada ao Fla X Flu, não funciona para os paulistas); dois urubus que vão “comer a prima”, oferecida a algum orixá; muitas e deliciosas coplas cantadas e dançadas, por negros sambistas (ou, como eternizou Assis Valente), a “gente bronzeada mostrar seu valor”; homenagens diversas são apresentadas nos quadros. Dentre eles, a sensibilidade do roteirista e do conjunto, não deixaram de fora Noel Rosa, por intermédio da canção cantada por Carmem Miranda em O maior castigo que te dou. O teatro mostra, nos mais diversos detalhes o seu a que veio. Algumas personagens estereotipadas se fazem presentes, mas na sociedade espetacularizada em que vivemos, os minutos de fama e de glória, têm transformado muita gente em estereótipos ambulantes...

A cenografia que ambienta tantas personagens-bonecos – cuja “vida se faz” por meio de impecável manipulação: direta, por fios e por luva: os manipuladores são mestres no ofício -, materializa-se por tratamento primitivo. No cenário tudo é delicado e encantador: até mesmo os ratos que saem do lixão (onde também “presuntos” são jogados).

Minha Favela Querida, exatamente pelo fato de dignizar a linguagem teatral (e não apenas do à teatro de bonecos), caracterizou-se em um grande momento da 26ª edição do Festivale – Festival Nacional de Teatro do Vale do Ribeira. Desse modo, além do cumprimento aos já citados, é fundamental destacar os manipuladores (Clarêncio Rodrigues, Gabriel Bezerra e Ramon Rodrigues), que conseguem “tirar samba do pé dos bonecos” e “rebolado das cadeiras da mulatas”. Então, como se fazia no bom teatro de revista: Oba!

Alexandre Mate é pesquisador, escritor e crítico teatral.

Tribal Sobre Rodas da Animação - Praça da Matriz - São Pedro da Aldeia - RJ

"Fragmentos de Tamba ki" de Adriano Chagas

Fragmentos de Tamba ki

Cabo Frio é uma cidade escolhida pelos deuses. Aqui a beleza nos ladeia. Temos um mar de águas claras que ao leste nos banha; as dunas, com sua formação de areia que por séculos insistem em “correr” pela praia mudando seu desenho; a mata que sempre foi berçário de espécies endêmicas; e é claro o sambaquieiro, esse elemento extraordinário que viveu nessas paragens desde sempre e que, talvez, só as árvores saibam de sua história! Mas há um fato “novo”!
Sambaqui, palavra originária do tupi Tamba ki que significa “montanha de conchas” ou concheiros. Essas estruturas que podiam atingir vários metros de altura, como de diâmetro, a exemplo do sítio arqueológico de Figueirinha – I, em Jaguaruna (SC), que tem aproximadamente 15 metros de altura¹, levando-se em conta a área a qual esses povos se fixavam, era o local onde esses mesmos faziam suas refeições e tinham com os seus. Ali passavam grande parte de seu tempo, abrindo conchas e moluscos para se alimentar. Além das conchas, depositavam outros materiais utilizados para fins alimentares ou não, tais como: cerâmicas; pedras lapidadas, para que servissem de objeto cortante; ossos que poderiam ser usados como adornos e madeiras utilizadas para fogueiras. Essas formações originaram-se do acúmulo de sedimentos que com o passar do tempo e erosão misturaram-se as conchas e utensílios, que, juntos, ficaram armazenados no solo, depositados pelo revezamento natural dos povos dessa região, criando assim uma riqueza de informações num mesmo local, que é, historicamente falando, algo incrível. A julgar que em todo o litoral brasileiro é possível encontrar sambaquis, é bem provável que esses tenham mantido contato e algum tipo de comércio, o qual por si só aumenta sua importância.
As informações expressadas acima são fundamentais para entender a importância que representa um sambaqui e o peso e complexidade cultural a qual vem associada a ele. Um local onde a história de um povo pode ser vislumbrada e compreendida na amplitude, embora restrita, de seu cotidiano. E Cabo Frio mais uma vez nos presenteia com algo desse tipo. É isso mesmo, mais um sítio arqueológico foi descoberto em Cabo Frio, precisamente na Aldeia do Portinho, trata-se de um Sambaqui, onde foi encontrada uma ossada de fêmea, batizada de Boop. Porém o sítio arqueológico está situado em uma área de construção, onde brevemente levantarão um Shopping Center. A impressão que se tem é que todo o suposto desenvolvimento deve ser feito a custa de “sacrifícios”, assim como os Vândalos, tribo germânica oriental, que destruíam os locais onde conquistavam com o discurso de se construir algo “mais” belo e melhor, apagando assim qualquer indício de cultura anteriormente. Afinal quando se quer destruir um povo, primeiro apaga-se a sua história. E nesse quadro surgem algumas dúvidas! Seriam nossos governantes pouco ou quase nada entendidos de cultura a ponto de jogar concreto em cima dessa história? Nós, sociedade civil organizada, estudantes, acadêmicos, arquitetos, engenheiros, autoridades, arqueólogos e IPHAN podemos juntos lutar pela preservação desse patrimônio que é de todos?

Pausa para reflexão.

Adriano Chagas
Estudante do 3º período de história
Universidade Veiga de Almeida


_______________
¹ www.itaucultural.org.br/arqueologia

Tribal Sobre Rodas da Animação


TRIBAL SOBRE RODAS DA ANIMAÇÃO
A Associação Cultural Tributo à Arte e à Liberdade (TRIBAL) com os seus sete anos ininterruptos de intensas atividades artísticas que lhe conferiu ser um Ponto de Cultura  e o Cine Mais Cultura patrocinados pela Secretaria de Cultura do Estado e o Ministério da Cultura realiza o seu evento mais importante, que é levar artes para as comunidades mais afastadas da Região dos Lagos.
A ocupação artística destes lugares é feita com a parceria da Prefeitura das cidades onde se iniciará pelo lançamento do ponto de cultura Tribal Sobre Rodas da Animação – um palco sobre rodas que se desdobra em vários ambientes cênicos, equipado com infra estrutura técnica – com a possibilidade de percorrer as principais praças de Cabo Frio, São Pedro, Arraial do Cabo e Búzios. Em seguida a ação se estenderá aos bairros populares apontados pelas parcerias. A ação se completa em cada localidade também com oficinas de formas animadas que serão ministradas aos interessados
Os lançamentos do ponto de cultura Tribal Sobre Rodas da Animação se darão a partir do dia 2 de setembro de 2011 com a seguinte programação que se segue.

APRESENTAÇÕES DE LANÇAMENTO
Cabo Frio (Praça de São Cristovão) 02/09/2011 (sexta) a partir das 16h.
São Pedro da Aldeia (Praça da Matriz) 10/09/2011(sábado) a partir das 15h.
Búzios (Praça Santos Dumont)  16/09/2011 (sexta) a partir das 15h
Arraial do Cabo (Praça do Guarany) 23/09/2011 (sexta) a partir das 15h

PROGRAMAÇÃO
Contos pra te Atar
(Histórias contadas com formas animadas com a atriz Tânia Arrabal)
Quem Canta e Conta, Encanta
(Show de variedades com marionetes de fio com o Sorriso Feliz do mestre Clarêncio Rodrigues)
Conto do Gesto
(História contada pelo mímico Jiddu Saldanha)
Cine Galerinha
(Mostra de dez curtas de animação com curadoria de Flávio Pettinichi)
Concerto Popular
(Número musical com o violonista Fernando Chagas e o percussionista Vantuir)
Roda de danças populares
(Roda que tem o objetivo de congregar o público e os artistas através do bumba meu boi, o cacuriá, o jongo e a ciranda coletiva)
As declamações poéticas intercalam as apresentações e a artes plásticas vivenciais ocorrerão durante o evento.